"Estaremos em todos os protestos contra o aumento da tarifa", entrevista com o presidente da UMES Natal
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A prefeitura já definiu. Com base na decisão do Conselho de Mobilidade Urbana de Natal, a tarifa de transporte da cidade irá para R$ 2,40 a partir do próximo sábado (18), um reajuste de R$ 0,20, o que representa 9,09% em relação ao valor atual. Segundo a prefeitura, a inflação acumulada de 15,54% nos últimos 28 meses, tempo em que não há majoração no valor da tarifa, contribuiu para a decisão. Segundo a SEMOB (Secretaria de Mobilidade Urbana), o valor pretendido pelos empresários de ônibus era de R$ 0,55.
O Portal do Estudante RN conversou com o presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES), Whanderley Costa, sobre a posição que a entidade adotará em relação ao reajuste da passagem. Confira.
Portal do Estudante RN: Na segunda quinzena de abril, a prefeitura reorganizou o Conselho de Mobilidade Urbana de Natal. Para surpresa das entidades representativas dos estudantes, que não foram consultadas, o representante dos estudantes não é ligado ao movimento estudantil. Como vocês estão reagindo à questão?
Whanderley: O Conselho de Mobilidade Urbana é um fórum importante que deve ser instrumentalizado para acompanhamento, discussão e apresentação de propostas sobre as demandas existentes. Na segunda gestão de Carlos Eduardo, a UMES teve seu assento retirado em resposta à sua postura muito combativa, crítica, mas também propositiva sobre os problemas do transporte público. Para nós, o papel do Conselho não é apenas chancelar reajuste, mas discutir o problema, aproximando mais a sociedade e governo em torno dos desafios que lidamos no nosso cotidiano. Infelizmente, a gestão fez um gol contra ao indicar um correligionário do prefeito para representar os estudantes no Conselho. A UNE e os DCEs da UFRN, Nassau e UnP reivindicarão o assento para que os estudantes voltem a ser representados nesse espaço.
P: Dois protestos estão marcados para esta semana, na quarta e na quinta-feira. Como será a participação da UMES nesses atos?
W: As entidades estudantis são contra o reajuste da passagem e irão participar de todos os protestos que se proponham a barrar o aumento. Estaremos no ato da quarta-feira e, na quinta, vamos apresentar, para além da pauta da suspensão do aumento, a defesa da democratização do Conselho de Mobilidade de modo que possamos pressionar por uma licitação que atenda aos interesses dos estudantes e da sociedade. O desafio é enxergar a questão do transporte para além da tarifa. Há uma questão que sempre perdura nas mobilizações, que é: após os protestos, o que fazer? Nós achamos, portanto, que a exclusão das entidades do debate sobre a composição do Conselho não é um pormenor, mas uma forma de evitar que as entidades estudantis acompanhem com afinco as questões ligadas ao nosso modelo de mobilidade urbana e pressione por outros padrões. Queremos que as entidades participem desse espaço para que as discussões sobre o transporte público não se reduzam, no espaço público, ao momento de aumentar a tarifa.
P: Qual é o horário e onde acontecerão os protestos?
W: O da quarta-feira acontecerá às 17h na parada do circular do Via Direta e o da quinta-feira sairá do viaduto do Baldo, na Cidade Alta, às 15h. Serão dois momentos muito importantes e construídos com muita unidade da juventude para barrar o reajuste da tarifa.