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Antônio, no protesto realizado hoje (23), em Caicó |
Muitas são as dificuldades que os universitários do CERES/CAICÓ enfrentam: uma infraestrutura decadente, o exíguo auxílio que recebem da PROAE (como se fosse esmola), o abismo que verifica entre o campus central e o referido centro universitário, os ínfimos recursos oferecidos (migalhas), coisas básicas e simples que demoram dias, até meses para chegar, entre outros problemas que se apresentam como obstáculos para impedirem a permanência dos estudantes na universidade, o que é um direito nosso, uma realidade que até espanta quem não a conhece.
A situação do UFRN/CERES/Caicó é precária e vergonhosa para carregar o título de melhor universidade do NORTE-NORDESTE, o que faz nos perguntar: que universidade melhor do NORTE-NORDESTE é essa que não oferece um mínimo de respeito e dignidade para os seus estudantes? A política de interiorização é uma utopia? Onde está o respeito pelos os que compõem o campi de Caicó, discentes, docentes, servidores?
Nós também fazemos parte da UFRN e queremos os nossos direitos, assim como também cumprimos com os nossos deveres, estamos cansados de sermos oprimidos e humilhados diante de tais fatos. Chegou a hora da reitora tomar posição e decisões para mudar este realidade nua e crua. Não podemos continuar a viver assistindo aulas com salas que mais parecem uma sauna, não podemos continuar com a ameaça do teto de um laboratório desabar na cabeça dos que ali realizam algum tipo de trabalho, não podemos conviver com a uma estrutura tão pobre que mais parece um castelo mal-assombrado, não podemos aceitar mais isso, cansamos de ficarmos inertes, conformados.
É hora da excelentíssima (vou deixar no diminutivo, pois é assim que ela está se fazendo para nós) senhora reitora sentar e ouvir nossas reivindicações, de parar de minimizar a importância do CERES/Caicó para a UFRN. O CERES/Caicó está carente de cuidados, o menino dos olhos dos seridoenses está aqui clamando por socorro. É deste centro universitário que já saíram tantos graduandos que hoje se sobressaem profissionalmente, na academia mesmo, muito graduandos que daqui saíram hoje carregam títulos de doutores e ensinam nesta mesma universidade.
Não posso trabalhar neste texto com a esquemática conclusão, pois um movimento, uma revolução nunca está concluída, ela está se (re) fazendo a todo o tempo, seria um erro de minha parte finalizar esta carta aberta, uma vez que ela ainda será escrita por muitos outros, só espero que não seja abordado os mesmo problemas, mesmo sabendo que palavras muitas vezes não conseguem traduzir o que se realmente se passa eu teimo em encerrar o meu relato com uma frase libertária da banda Flicts: Resistir é a nossa razão de existir! Resistir e acordar os que querem dormir!
Antônio Alves
Universitário e Residente em Caicó