Conforme os quadros abaixo retirados do citado jornal eletrônico, só a
governadora é avaliada a partir da pergunta de escala (Ótimo, Bom,
Regular, Ruim e Péssimo), enquanto que a prefeita Micarla e Dilma passam
pelo crivo da indagação sobre as suas aprovações (Aprova X
Desaprova). A estratégia não é nova. Por isso eu não acredito em
ingenuidade.
Se o leitor prestar atenção, verá que a análise pela via da escala
gradativa, conforme apenas a governadora foi submetida, tende a
“suavizar” a desaprovação da gestão. É que na pergunta em que se pede ao
entrevistado para caracterizar o governo como Ótimo, Bom, Regular, Ruim
ou Péssimo, muitos pesquisados procuram o posicionamento “regular”, um
jeito mais “fácil” de não se envolver em querelas políticas e se livrar
da indagação.
A medida acaba gerando verniz de menor desaprovação popular, principalmente quando o número de Rosalba, no modo como foi publicizado, é demonstrado de maneira conjunta com o de Micarla de Sousa, que sofre de grande desaprovação popular e foi avaliado, conforme pergunta mais adequada (Aprova X Desaprova). Na comparação, a diferença parece ser maior do que de fato é.
Porém, que fique claro. A resposta “regular”, na verdade, é
considerada desaprovação. Isto porque, quando novamente questionado, o
eleitor que responde “regular”, quase como via de regra, tende a
desaprovar o gestor.
Para não acharem que eu fico no “achismo”, apresento abaixo farta
literatura especializada endossando e demonstrando o que eu afirmo:
Métodos de pesquisa em survey, Earl Babbie
Erros em pesquisas eleitorais, Carlos Alberto Almeida
Cabeça de eleitor, Carlos Alberto Almeida
Crítica metodológica às pesquisas eleitorais no Brasil, Cristiano Ferraz
Pesquisa de opinião e eleitoral: teoria e prática, de minha autoria
PS. Confesso que não havia investigado a pesquisa como costumo fazer
sempre que vejo uma publicada. É que os dados fundamentais da pesquisa
eleitoral, em sua parte estimulada, incharam determinados candidatos e
emagreceram outros. Depois que eu vi os números iniciais, nem prossegui.
Perdi o tesão.
PS.2. A incongruência foi inicialmente constatada pelo
blogdoprimo.com.br, alimentado pelo ex-vereador Renato Dantas. Foi lá
que vi a maquiagem, já notada pelo blogueiro.
FONTE: Carta Potiguar